Ando muito sumida daqui, eu sei, mas pretendo voltar a escrever com mais regularidade. Estou devendo um post sobre o uso do Kobo reader na tradução, como ele está facilitando a minha vida e tal, mas hoje vou falar de duas atribuições mínimas para um tradutor.
Ao longo da minha vida profissional eu fiz muitos copidesques em livros de várias editoras. Isso me fez aprender muito, mas também me fez entender que nem todos os tradutores merecem o céu. Por isso decidi falar de duas coisas que todo tradutor precisa fazer antes de considerar pronto o serviço de tradução e, principalmente, antes de enviar o arquivo ao cliente.
1. Passe o corretor ortográfico automático do processador de textos. Todo programa de textos tem um corretor ortográfico automático. Além disso, existem programas que você pode comprar, como o Flip, que têm corretores ainda melhores que os nativos do Word, por exemplo.
É muito rápido passar o corretor ortográfico, e você evita o mico, por exemplo, de entregar o texto com uma frase assim:
“Somnos muito importantes para a cultura, mas ainda não foimos reconhecidos como deveríamos.”
Feio, né? Imagina seu cliente recebendo isso? É claro que todo mundo erra, mas alguns erros (e micos ou king kongs) podem ser evitados.
2. Releia a sua tradução.
Demora? Demora, sim. Mas, de novo, você evita vários micos ou king kongs, como repetição de palavras, concordância errada (à s vezes a frase é grande e você se perde na concordância; acontece muito comigo), termos absurdos (tipo “sociedade movediça” como tradução de “moving society”) e outras tantas bobagens que a gente digita.
Às vezes é cansaço, às vezes é distração. Não importa. O que importa é você reler todo o texto antes de entregar.
Isso vai fazer com que você se torne um profissional melhor e mais respeitado e elogiado. E não custa nada. Aliás, custa, sim: tempo. Mas lembre-se que o cliente está pagando por esse tempo.
Oi, Cláudia, tudo bem?
Caà no seu blog depois que o Petê Rissatti recomendou esta postagem no Facebook. Resolvi te agradecer por ter escrito esse texto. Embora ele não seja exatamente “sobre” isso, a parte que mais me marcou foi:
“Ao longo da minha vida profissional eu fiz muitos copidesques em livros de várias editoras. Isso me fez aprender muito, mas também me fez entender que nem todos os tradutores merecem o céu.”
Obrigada por dizer isso. É preciso que alguém o diga. Alguém qualificado. Porque, quando eu digo, parece não contar, rs. Explico. Sou uma preparadora e revisora que começou recentemente a se aventurar pela tradução. Estou adorando a experiência. Mas nas duas funções anteriores eu já peguei traduções de todo tipo, inclusive as RUINS. No entanto, em algumas rodas, é quase como se fosse pecado dizer que há tradutores não muito bem preparados. É como se todos fossem ótimos – em contraste com os preparadores e revisores, esses monstrengos invejosos que ficam mutilando o trabalho dos outros, oh, deuses!
Enfim, eu só queria mesmo agradecer. Senti-me menos só.
Poxa, Camila, que bom que você gostou. Fiquei muito feliz com seu comentário. Decidi parar de fazer copidesque por causa dessa questão. O post foi meio que um desabafo. :D Obrigada! Beijos!